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O ensaio enxerga no desfile das forças armadas um além patentes, além coturnos e espadas, além austeridade... um além disfarce. O cotidiano sempre presente no espaço tempo do ensaio é camuflado pelos elementos que compõem o eventual “set” daquele específico momento: coturnos, fardas, soldados,chapéus, espadas; mas que retomam o cotidiano: vaidade, sagrado, afeto, sexo, opressão, força. O punho rijo segura a espada, um regime de severas regras empunham sujeitos. A firmeza da postura diante de banheiros químicos e outdoors da campanha politica, a quem serve o exército?  A simetria da marcha e das sombras projetadas no chão indicam um processo de sujeitos-número. O recorte de pés, pernas e braços que circundam o vazio, movimento em falso. De fato, nada vale o esforço de impor ao ser humano o absurdo de uma guerra, o corpo sempre cede à gravidade.

Texto de Núbia Neves Bernardes

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